A CAMISA DA COBRA
(THE SNAKE'S SHIRT)
Atelier Bempostinha
Lisbon, February 2020
(THE SNAKE'S SHIRT)
Atelier Bempostinha
Lisbon, February 2020
...à noite procurava-se viajar em coluna e de preferência ao luar para percorrer um caminho branco/visível (ephiro yottela) e assim evitar pisar cobras. Dormia-se também no mato sem fogo para não atraiçoar a nossa presença. Ao amanhecer uma vez aconteceu que um dos acompanhadores assustou-se bastante, pois descobriu que eu tinha dormido perto de uma muda de cobra. Mas logo me tranquilizou dizendo: “Não é a cobra mas só a sua antiga pele, a cobra mesmo não há-de estar longe, mas mesmo assim depois da muda anda doentia e não agride. Além disso, padre, deve saber que esta é a muda da cobra, mas nós também somos muda, sim a muda de Deus: mutthu nihuwa na Muluku”. A dupla explicação era mais que suficiente não só para me tranquilizar mas também para despertar ainda mais a minha curiosidade acerca da cobra e sobretudo acerca do fenómeno da muda e a sua aplicação no horizonte teológico e antropológico.
Pe. Giuseppe Frizzi (Maúa, Província do Niassa, Moçambique) Mutthu ori nihuwa na Muluku A pessoa é a muda/imagem de Deus. Vamwerini enowa khenahiya malepa, nto nihuwa naya. Cada mês a cobra não deixa as manchas, mas a sua muda. Nihuwa, Ma-: É a muda de cobra, queda, desfólio, camisa antiga da cobra: o aspecto arqueológico como o teleológico são patentes: trata-se de uma renovação/crescimento de nova pele, de um rejuvenescimento da cobra; http://centroxirima.blogspot.com/2017/01/mutthu-ori-nihuwa-namuluku-pessoa-e.html |
|